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Coluna Vitor Vogas

Candidatura Contarato condenada: PT e PSB querem estar juntos

Em reunião virtual com governador e senador, dirigentes nacionais manifestaram que a prioridade é firmar uma aliança na eleição para o governo do Espírito Santo. Faltam só os “acertos finais”

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Fabiano Contarato vai se reunir com Gleisi Hoffmann e com Renato Casagrande para selar rumo eleitoral do PT no ES

Em mais uma evidência de que a pré-candidatura do senador Fabiano Contarato (PT) ao governo está com os dias contados, a tônica da reunião iniciada às 17 horas desta terça-feira (5) entre dirigentes estaduais e nacionais do PT e do PSB foi o desejo de estarem juntos na eleição ao governo do Espírito Santo. Leia-se: estarem juntos na coligação a ser encabeçada pelo governador Renato Casagrande (PSB), em sua busca pela reeleição. Se PT e PSB caminham numa marcha lenta, mas inexorável, rumo ao altar, deram hoje mais um largo o.

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Além dos próprios Contarato e Casagrande, participaram da reunião virtual ninguém menos que os presidentes nacionais de PT e PSB (respectivamente, Gleisi Hoffmann e Carlinhos Siqueira) e os presidentes estaduais dos dois partidos (respectivamente, Jackeline Rocha e Alberto Gavini). Na sala virtual, compareceram, ainda, o deputado federal José Guimarães (PT-CE), um dos articuladores das alianças eleitorais do PT Brasil afora; o deputado federal Helder Salomão (PT); e a deputada estadual Iriny Lopes (PT).

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Fazendo sua parte até o fim, Contarato expressou sua vontade de manter a pré-candidatura. No entanto, os dirigentes nacionais do PT manifestaram o interesse de que os dois partidos, coligados na eleição presidencial, caminhem juntos também no Espírito Santo.

Assim como Carlinhos Siqueira, Gleisi e Guimarães conclamaram os dirigentes locais das duas siglas a desenvolver esforços e ajustar as questões internas pendentes no decorrer desta semana, para poderem selar e anunciar, na semana que vem, uma aliança na eleição ao governo do Espírito Santo.

Por “questões internas pendentes”, entenda-se a negociação de compromissos que o PT do Espírito Santo espera receber de Casagrande, entre os quais: participação na montagem do plano de governo, participação na chapa majoritária (senador ou vice-governador) e apoio explícito de Casagrande a Lula durante o período oficial de campanha.

Na verdade, a reunião propriamente dita é uma manifestação autoevidente do esforço da direção nacional do PT em fazer essa “pequena concessão” e conseguir amarrar essa aliança em prol da reeleição de Casagrande no Espírito Santo – um dos muitos itens da fatura, ou “pacote de compensações”, apresentado pelo PSB ao PT em troca da iminente retirada da candidatura de Márcio França (PSB) a governador de São Paulo (ele vai concorrer ao Senado e apoiar Fernando Haddad, do PT, ao governo paulista).

Durante a reunião virtual, as falas dos dirigentes nacionais seguiram linha de pensamento parecida, reforçando que a prioridade de PT e PSB deve ser envidar todos os esforços possíveis para fortalecer uma frente ampla de centro-esquerda que imponha uma derrota eleitoral ao presidente Jair Bolsonaro (PL) na corrida ao Palácio do Planalto. Em nome dessa meta maior em comum, disseram, é necessário superar questões menores no plano local.

José Guimarães chegou a afirmar aos demais que, tendo em vista esse projeto que os une – sintetizado na chapa Lula-Alckmin –, os dois partidos precisam fazer concessões nos arranjos eleitorais nos estados e priorizar a construção nacional. Nos próximos dias, Guimarães deve cumprir o papel de intermediário entre os dirigentes dos partidos no Espírito Santo e a cúpula nacional do PT.

A expectativa é que, após os acertos dos últimos detalhes, dirigentes estaduais de PT e PSB (Casagrande incluído) voltem a se reunir – quiçá para a batida de martelo – na semana que vem, dessa vez presencialmente, assim que o governador testar negativo para Covid-19 e encerrar sua quarentena – nesta segunda-feira (4), ele anunciou que testou positivo, o que impediu, inclusive, que a reunião desta terça ocorresse em Brasília, conforme se planejava inicialmente.

Vitor Vogas

Nascido no Rio de Janeiro e criado no Espírito Santo, Vitor Vogas tem 39 anos. Formado em Comunicação Social pela Ufes (2007), dedicou toda a sua carreira ao jornalismo político e já cobriu várias eleições. Trabalhou na Rede Gazeta de 2008 a 2011 e de 2014 a 2021, como repórter e colunista da editoria de Política do jornal A Gazeta, além de participações como comentarista na rádio CBN Vitória. Desde março de 2022, atua nos veículos da Rede Capixaba: a TV Capixaba, a Rádio BandNews FM e o Portal ES360. E-mail do colunista: [email protected]

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