Dia a dia
Apreensões de cigarros contrabandeados aumentam mil vezes no ES
O estado ou a ser uma nova rota para o desvio de cigarros, principalmente produzidos no Paraguai, que são distribuídos pelo país

Apreensões contam com denúncias e expertise dos agentes. Foto: PF/ES/Reprodução
O mercado ilegal de cigarros vem invadindo o Espírito Santo, que agora é considerado uma rota para os criminosos. No estado, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu mais de 25 milhões de unidades contrabandeadas, número mil vezes maior do que em 2022, que chegou a 25 mil.
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No fim de junho, a PRF-ES lançou a Operação Kapnós, que tinha o objetivo de combater um grupo especializado em contrabando de cigarros, conseguindo executar 12 mandados de busca e apreensão em casas e empresas ligadas ao grupo.
Em julho, a PRF conseguiu apreender mais de 2,5 milhões de cigarros em uma ação de fiscalização direcionada a veículos de carga. Nesse caso, um homem de 34 anos que dirigia um caminhão foi abordado e, inicialmente, alegou estar levando biscoitos. Durante a vistoria, a Polícia notou caixas vazias empilhadas que funcionaram como cobertura para os 2,5 milhões de palitos de cigarros contrabandeados.
O superintendente da PRF-ES, Wermeson Pestana, destaca que apenas uma apreensão já atingiu um número maior de cigarros contrabandeados do que o último ano inteiro. O que chama atenção é o aumento rápido que ocorre nesse contrabando.
De acordo com Pestana, essas apreensões contam muito com a competência dos policiais nas abordagens. Isso porque todo veículo abordado pela PRF tende a ter uma vistoria aprofundada, principalmente quando se identifica algum tipo de possível irregularidade.
“Eles colocam essas caixas vazias para a gente não identificar o cigarro que está mais no meio ou em um fundo falso, em uma parede falsa colocada mais para o fundo do veículo, então vale a expertise do policial rodoviário federal”, pontua.
Em relação ao procedimento feito após a apreensão, o superintendente explica que a PRF faz a apreensão do material e produz um Boletim de Ocorrência Policial (BOP). Após isso, o abordado que conduzia o veículo é levado para a Polícia Federal e entregue à autoridade para responder ao crime de contrabando. Já o material é entregue à Polícia Judiciária que faz o procedimento necessário para descartar o que foi apreendido.
Nova rota
Anteriormente, a rota mais utilizada era pela Bahia entretanto, com uma fiscalização aumentando, os contrabandistas aram a optar por utilizar o Espírito Santo como uma rota mais facilitada para que os cigarros sejam levados à Minas Gerais e espalhados pelo país.
Para fugir da fiscalização, os contrabandistas chegam a percorrer caminhos mais longos para não ar pelos postos da Polícia Rodoviária Federal e conseguir atingir o destino final dos cigarros. Quando chegam no destino, esses produtos alimentam o comércio e a criminalidade local.
Pestana ressalta que um dos motivos para isso é o mercado lucrativo. Com o aumento do dólar, as organizações aram a perceber que os cigarros são mais rentáveis do que drogas como maconha ou cocaína. Além disso, a pena para contrabando, que pode chegar a cinco anos, é menor do que a do tráfico, que chega a 15 anos.
“O artigo 334-A fala o que é contrabando para o Código Penal: que é aquele que importa ou exporta produto sabendo ser falsificado. Aquele que expõe, que vende ou tem depósito também está cometendo crime de contrabando”, alerta.
Confira a entrevista completa
