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Pai coloca filha de oito dias em mochila para conseguir resgate no RS

Após ficarem ilhados na casa do pai de Patrick, a única saída era conseguir ar toda a família para o outro lado da rua para conseguir resgate

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Joicy, Patrick, Lara e a outra filha do casal conseguiram o resgate e foram para Porto Alegre. Foto: Reprodução

Joicy, Patrick, Lara e a outra filha do casal conseguiram o resgate e foram para Porto Alegre. Foto: Reprodução

Um pai precisou colocar a filha dentro de uma mochila para conseguir o resgate em Eldorado do Sul (RS). Patrick da Silva Santos, de 29 anos, forrou a mochila com algumas roupas e colocou a bebê Lara, de menos 10 dias de nascida.

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Isso aconteceu porque a família, que além de Patrick e Lara, ainda conta com Joicy Machado, de 27 anos, e a outra filha de cinco anos, Anne, precisou sair de casa porque a água começou a subir na casa deles. “Decidimos ir para a casa do meu pai, na Ilha da Pintada, que tinha um segundo piso feito de madeira”, contou Patrick.

Ficaram nove pessoas esperando um resgate na casa do pai de Patrick. “Fomos dormir, até então a água tinha começado a entrar em casa e estava logo acima da canela. Quando acordamos, a água já estava dando em cima do peito”, lembrou.

Com isso, eles decidiram ir para a casa do vizinho, onde aram duas noites. “É uma casa grande, ainda em construção, mas com paredes e teto, mais estruturada. Ficamos ali, a água estava muito alta e não tinha como sair”.

Patrick conta que na noite antes do resgate, um helicóptero sobrevoou o local, mas eles não foram vistos pelos agentes. No dia seguinte, ao acordar, ele resolveu ir até a casa de um outro vizinho, por cima dos telhados, para tentar informações sobre resgate.

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Quando o resgate chegou, não havia espaço para chegar até a casa em que ele e a família estava. “Indiquei que estava na casa de trás, mas eles não conseguiram o e me indicaram esperar a Defesa Civil ou os Bombeiros”, relatou.

Com medo de ficar sem comida, ele resolveu tentar ar as pessoas pelo telhado, uma de cada vez, com a intenção de levá-las até o local que o resgate poderia chegar. Mesmo com receio da estrutura que estava frágil, ele tentou reforçar com tábuas. O jovem atravessou a esposa e, depois, teria que ar com a bebê no colo.

“Pensei em amarrar, mas poderia machucá-la. Forrei a mochila com algumas roupas que a gente tinha trazido, e coloquei a bebezinha. Ela ficou confortável e segura. Coloquei ela na frente do corpo e abracei com uma mão. A outra, usei para me locomover”, explicou.

Patrick ainda contou que estava com medo porque sabia que a vida da filha estava em suas mãos. “Eu só conseguia pensar que, se qualquer coisa acontecesse, ia ser minha culpa, porque eu estava carregando ela. E eu ia me culpar para sempre”.

A família conseguiu o resgate e foi de barco até uma praça. Lá embarcaram numa lancha para a região do Gasômetro para ficarem alguns dias no abrigo montado no Colégio Marista Rosário, em Porto Alegre.

“Fomos muito bem acolhidos e muito bem supridos. Havia muito e e não deixavam faltar nada.” Na última segunda-feira, a família conseguiu alugar uma casinha temporária na Lomba do Pinheiro, na capital gaúcha. Eles ainda não sabem o estado da casa de Eldorado do Sul.

*Com informações do UOL.